SEMINÁRIO - MEMÓRIA ARTÍSTICA CAMPINEIRA - SÍNTESE DOS EVENTOS - LINKS DAS GRAVAÇÕES E PARA BAIXAR O LIVRO
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intervenção artística “Quem apaga o fogo é a água” de Ana Bia e Márcio Folha |
Campinas tem sua História marcada por nomes destacados em diversas áreas de criação artística, reconhecidos como parte de seu Patrimônio Cultural. Contudo, os mecanismos de documentação e celebração da produção artística são tão permeados pelas determinações ideológicas de raça, gênero e classe quanto as outras áreas de produção de conhecimento historiográfico. Assim, como em grande parte do Brasil, Campinas tem uma História Artística predominantemente celebrativa de nomes masculinos e brancos.
Em função disso, indagar sobre lacunas e apagamentos nesta História e, principalmente, onde nela estão ocultadas as presenças e atuações criativas dos sujeitos sociais com corpos dissonantes desse padrão hegemônico é tarefa a ser diuturnamente realizada. Mesmo sabendo que no tocante às atuações pregressas em muitos casos existam apenas vestígios e lacunas, tal indagação se faz cada vez mais necessária para a constituição de um verdadeiro Patrimônio Cultural que represente a diversidade e a pluralidade de nossa sociedade.
Na atualidade, diante das lutas sociais empenhadas em dar visibilidade às potentes atuações de corpos de matrizes e matizes distintas do historicamente consagrado, estamos diante também da indicação de inquietantes fragmentos de memórias daqueles que os antecederam.
Assim, cada gesto criativo dissonante do padrão instituído se apresenta também como indagação sobre aqueles que, em grande maioria, foram obliterados pelas forças opressivas e suas formas reducionistas e excludentes de ver, ler, escrever e rever a História, em especial a das artes. Ou seja: aqueles que ainda aguardam pelo nosso “re-conhecimento”.
Este livro resulta de uma ação coletiva que visa ser parte desta tarefa, expressando os resultados de debates apresentados no Seminário Memória artística Campineira - lacunas e apagamentos, uma iniciativa das curadoras Sônia Fardin e Andrea Mendes; trata-se de um projeto selecionado pelo edital da Lei Paulo Gustavo de Campinas, na área de Patrimônio Cultural, com o apoio da Casa de Cultura Aquarela, Socializando Saberes, Casa de Cultura Tainã, Museu da Cidade de Campinas, PPG Multimeios/IA/Unicamp e Centro de Memória Unicamp.
O foco do seminário foi demarcar a urgência em debater os mecanismos e instrumentos de documentação, pesquisa e preservação da memória da produção artística de caráter contra-hegemônico na cidade de Campinas, que pelo calendário oficial completou 250 anos em 2024.
Realizado em três distintos territórios de produção de conhecimentos nos campos das artes e da memória - casas de cultura, museus públicos e centros universitários - o seminário buscou promover encontros e momentos de reflexão coletiva sobre a urgência em reconhecer que há mais em nossa História Artística e em nosso Patrimônio Cultural do que aquilo que até o presente pudemos acessar.
Para o Seminário, a curadoria buscou reunir elaborações e reflexões por meio de trabalhos selecionados por uma chamada pública, e principalmente pelo convite à participação de trabalhadores e ativistas culturais que aceitaram somar suas avaliações ao debate proposto: Adriano Bueno, Alberto Nasiasene, Akili Bakari, Andrea Mendes, Andréia Cristina Dulianel, Américo Villela, Batata, Cibele Rodrigues, Daniel Almeida, Gal Soares De Sordi, Gilberto Alexandre Sobrinho, Glória Cunha, João Paulo Berto, Maíra Freitas, Marcos Brytto, Paula Monterrey, Rita Francisco e Sônia Fardin. Somaram-se às comunicações orais a intervenção artística “Quem apaga o fogo é a água”, de Ana Bia e Márcio Folha; as atuações musicais de Marcos Brytto e Suzana Montauriol; e a apresentação do grupo Dança Negra Aquarela. Aos quais externamos imensa gratidão.
Para possibilitar maior alcance e acesso amplo aos conteúdos debatidos, todos os encontros foram registrados em vídeo e disponibilizados no site da Casa de Cultura Tainã - TV Tainã (links abaixo).
Com o mesmo propósito, foi realizada uma publicação que documenta a maioria das contribuições apresentadas nos três dias de encontros, sob a forma de artigos e depoimentos que compartilham reflexões e relatos de experiências em ativismo cultural, arte-educação, gestão de espaços expositivos, produções artísticas, pesquisas historiográficas e organização de coleções e acervos. Está ordenada em blocos temáticos (Link abaixo)
Com estas contribuições buscamos atingir o principal objetivo do projeto, a partilha de conhecimentos oriundos de pesquisas e atuações contra-hegemônicas, sobre distintos temas e momentos da história artística local.
Como ação inicial, na busca por questionar os procedimentos de celebração e difusão da memória artística contra-hegemônica, avaliamos que, mais do que ensejar dar respostas amplas e conclusivas, o seminário e este livro cumprem, principalmente, o papel de emulação de questionamentos sobre o grande trabalho crítico ainda por ser feito sobre os registros e as celebrações da produção artística pretérita e ainda mais das atuais.
Assim, fica o convite à leitura, ao debate, às críticas e, principalmente, às construções de mecanismos e procedimentos que nos mantenham atentos aos desafios atuais de combater apagamentos e sanar as lacunas que obliteram a mais ampla compreensão, valorização, difusão e preservação das produções artísticas de nosso tempo, destacadamente as comprometidas com diversidade, equidade e proposições contra-hegemônicas.
LINK PARA BAIXAR - LIVRO - MEMÓRIA ARTÍSTICA CAMPINEIRA - LACUNAS E APAGAMENTOS
Síntese da programação e links das gravações
Links das gravações do Seminário MEMÓRIA ARTÍSTICA CAMPINEIRA: LACUNAS E APAGAMENTOS
17 de agosto - CASA DE CULTURA AQUARELA
Abertura: intervenção artística “Quem apaga o fogo é a água” de Ana Bia e Márcio Folha, musicais de Marcos Brytto
e Suzana Montauriol e apresentação do grupo Dança Negra Aquarela.
Mesa 1 : CENÁRIO DAS ARTES CÊNICAS E VISUAIS
Daniel Almeida, Paula Monterrey, Marcos Brytto, Akili Bakari e Thais Selva
Mesa 2: CENÁRIOS LITERÁRIOS, MUSICAIS E ARTE URBANA
Adriano Bueno, Batata e Glória Cunha
19 de agosto - MUSEU DA CIDADE
Mesa 1 : ESPAÇOS DE PRESERVAÇÃO: ENTRE LACUNAS E APAGAMENTOS
Gal de Sordi, Rita Francisco, Andréia Dulianel e Américo Villela
Mesa 2 GÊNERO, RAÇA E CLASSE: ENTRE LACUNAS E APAGAMENTOS
Cibele Rodrigues e Maíra Freitas
20 de agosto - CENTRO DE MEMÓRIA UNICAMP
Mesa: INCENTIVO E EMULAÇÃO ÀS PESQUISAS CONTRA-HEGEMÔNICAS
Gilberto Sobrinho, Andrea Mendes, Sônia Fardin e João Paulo Berto
Ficha técnica
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Organização editorial - Sônia Fardin
Curadoria do Seminário: Sônia Fardin e Andrea Mendes
Realização::
Lei Paulo Gustavo, Prefeitura de Campinas
Secretaria de Cultura e Turismo do Município de Campinas
Produção:
Pretação, Tomada Cultural, UMAMINA
Apoio:
Casa de Cultura Aquarela, Socializando Saberes, Casa de Cultura Tainã, Museu da Cidade, PPG Multimeios/IA/Unicamp, Centro de Memória - Unicamp.
Revisão de Textos:
Adriano Bueno
Capa e arte do livro:
Paula Vianna
Registros audio-visuais:
Carlos Tavares
Valdir Rodrigues
Transmissões:
TV - Casa de Cultura Tainã
Registros Fotográficos:
Thiago Moreira Santos
Letícia Rosa
Coletivo Casa de Cultura Aquarela
Assessoria de imprensa
Maria Luisa Borin de Souza
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